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Entrevista - Panaceia

 


- O que significa o nome PANACEIA para vocês? O mercado atual está favorável para a sonoridade da banda?

Panaceia significa a cura de todos os males, faz referência a deusa grega da cura. O nome tem tudo a ver com a banda, pois o Gabriel nosso vocalista e fundador da banda é médico. – O mercado tem sido favorável, pois atualmente anda rolando um “revival” de sons com a pegada de nu-metal o que nos favorece demais no momento.

- O seu som de é de difícil identificação. Como você se enxerga na cena: Qual termo seria menos limitante pra classificar o estilo de vocês?  

Nos classificamos como uma banda de metal alternativo, visto que temos muitas influencias do gênero, mas a principal inspiração vem do nu-metal e muita coisa do grunge, por mais que não pareça logo de cara, se ouvir bem está lá.

- “Panaceia” é um álbum magnífico, mas demorei pra entender ele. Os fãs têm falado algo similar para você neste sentido? 

Esse disco é meio que uma colagem de várias fases que atravessamos desde 2019, quando reformulamos a formação e pulamos de cabeça nessa sonoridade. Praticamente metade das faixas já eram conhecidas do público e o restante veio à tona no lançamento do álbum em 2024. As músicas são muito influenciadas por bandas que estávamos ouvindo na época, como Deftones, Chevelle e System, por exemplo. Misturamos tudo isso a nossa própria essência e o álbum saiu como escutamos hoje. O ponto em comum entre as faixas vai além do som, pois de fato sempre estamos abordando a resiliência como tema central, mas a mensagem pode ser interpretada de várias formas. Creio que o público percebe isso, mas a intenção é que as pessoas sintam uma relação mais lúdica com esse disco e se divirtam ouvindo.

- “Mantra” é maravilhosa, e pra mim um dos destaques no material. Qual sua real intenção com ela? Qual sua mensagem? 

Mantra foi a primeira que surgiu, isso ainda em 2019. Ela fala de uma forma leve sobre a dissociação cognitiva que temos em relação ao que enxergamos, se tudo é como é ou como achamos que é. A parte do mantra em si entrou pra criar essa dicotomia entre o “respira e não pira” do mantra e a parte do instrumental mais caótico.

- Algumas passagens de Alternative Rock me chamaram a atenção. Você pesquisou sobre este nicho, para inserir no material?  

Essas passagens surgiram de forma natural, até porque somos muito fãs de estilos variados do rock, como grunge, indie. Nossa intenção é fazer música pesada, mas que soe acessível ao mesmo tempo. Inclusive algumas partes eletrônicas foram inspirados em artistas como Poppy e Billie Eilish. Costumamos dizer ”não fazemos música exclusivamente para o público metal, mas pra quem gosta de ouvir música em geral”, sentimos até certo prazer em quebrar a expectativa dos metalheads mais tradicionais. Acho que essa ideia de misturar vai de encontro ao nu-metal que tem um público mais aberto ao diferente.

- “Panaceia” saiu tem algum tempo, então como vem sendo a aceitação dele na imprensa e junto ao público? 

A aceitação está sendo positiva. As pessoas gostam muito da nossa veia groovada e a qualidade sonora do disco está de altíssimo nível. O destaque realmente fica para a energia do show ao vivo, nosso vocalista Gabriel tem um carisma e uma presença de palco que conquista as pessoas. Outro ponto que chama muito atenção são as levadas de bateria no maior estilo “Joey Jordison” do Gustavo que acaba se tornando outro show à parte. A cada show da Panaceia nasce cinco novos bateristas(risos).

- “Santo Forte” e “Porrada” são outros dois destaques na discografia da banda, mas imagino que não seja senso comum dentro da sua fan base como um todo. Quais canções o público tem abraçado mais?  

As músicas favoritas do pessoal são as citadas, apesar delas correrem para lados opostos.
Santo Forte cativa pelo fato de ser uma mensagem extremamente positiva de uma esperança quase que inocente, ela é feita pra fazer a galera pular e cantar junto, é um momento do show que o pessoal se une pra jogar pro universo as suas melhores expectativas. Já Porrada, é a sessão do descarrego, ela serve pro pessoal soltar a raiva e lavar a alma de tudo aquilo que incomoda. Outra música que chama muito a atenção é a Mazel tov lançada em single. Ela tem muita influência de sons do oriente médio o que dá um sabor diferente ao que estamos acostumados a ouvir.

- Como se deu o processo de composição e produção deste álbum? 

O processo rolou desde 2019 até 2023, fizemos o esqueleto do disco todo a partir de “Jam´s” e selecionamos as melhores partes para construir as músicas. Em 2023 chamamos o Marcello Pompéu da banda Korzus para produzir nosso single MAzel tov e para ajudar na pré-produção e organização de algumas ideias para outras faixas. Ele foi uma figura essencial em muitos aspectos para nos direcionar e principalmente para nos fazer entender o que é ser um artista. Aprendemos muito e temos um carinho enorme por ele.

Já a produção do álbum em si foi feita em 2024 e levou em torno de duas semanas para ser gravado. Tivemos a satisfação de sermos dirigidos pelo hoje grande amigo Adair Daufembach. Ele é catarinense como nós, porém, mora em Los Angeles há muitos anos. Ele foi responsável pelos discos do Project 46, Kiko Loureiro, então para nós encaixou perfeitamente. Nesse processo com o Adair fizemos um novo recorte do material da pré-produção para chegarmos as versões finais pro disco. Grande parte do resultado final do trabalho é fruto da sensibilidade, visão, capacidade técnica e respeito que o Adair tem em relação a aonde o artista quer chegar, foi uma experiência surreal e extremamente divertida. Hoje consideramos ele o quinto Panaceia.

- Um novo álbum já está nos planos? Esperamos imensamente que sim... 

Temos alguns singles para lançar ainda e estamos planejando iniciar a gravação de um novo álbum no segundo semestre de 2026.  Há cerca de 20 projetos de músicas para trabalharmos, algumas praticamente prontas e outras com ideias boas o suficiente para surgir algo.

- Algo ficou a ser dito? Obrigado pelo tempo ao Sub Discos Blog... 

Agradecemos imensamente o espaço cedido à nós. É sempre muito gratificante dividir um pouco do nosso trabalho e falar sobre música. Um abraço dos “Panaceia” Nando, Gabe, Lauro e Gustavo.

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