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Entrevista - Neural Wreck

 

O que significa o termo NEURAL WRECK?

O nome da banda foi pensado pra representar a condição mental em que a maioria das pessoas se encontra hoje em dia. Assim como a sociedade em que existimos, estamos também lentamente ruindo psicologicamente; “Wreck”, no inglês, tem essa ambigüidade de significar tanto “ruína” ou “naufrágio”, mas também é um verbo no infinitivo, “to wreck”, destruir.

- O som de vocês é de difícil identificação. Como vocês se enxergam: Prog Metal seria um termo limitante?

Eu acho que prog metal consegue descrever parte do nosso som, mas no final acho que qualquer subgênero ajuda mais o público a encontrar um artista do que necessariamente um artista a se definir; definitivamente não é intenção nossa nos ater a subgêneros na hora de criar música, mas se thrash, speed ou prog metal descrevem o som que a gente faz então não vejo por que não adotarmos esses termos pra divulgar o nosso som.

- “Mortal Obssession” é um EP magnífico, mas demorei pra entender ele. Os fãs têm falado algo similar para vocês neste sentido?

Ah, já ouvimos isso sim. Acho que em parte é a forma como cada faixa nele pende mais pra um lado da nossa sonoridade; apesar de todas serem razoavelmente longas pra média atual, há faixas mais diretas, outras mais intrincadas, umas com mais variações, outras com menos, mas tudo tentando atender ao conceito de cada música. Esperamos que a cada audição as pessoas consigam captar cada vez melhor as idéias por trás da nossa forma de fazer e tocar música.

- Por qual razão optaram pelo inglês? Por vocês serem brasileiros, não seria mais prudente utilizarem a nossa língua nas letras da banda?

Então... a verdade é que quando a gente já consome tanta música em um idioma as vezes fica mais fácil criar naquele idioma do que no seu próprio, e foi basicamente isso que aconteceu com o Neural. Além do mais, cantar no seu idioma nativo é uma faca de dois gumes, já que ao mesmo tempo que atrai um interesse adicional também acaba fechando algumas portas pra quem não é falante nativo daquele idioma. A gente goste ou não, o inglês é a segunda língua do mundo, e isso alcança muita gente mundo afora que talvez não fosse ler a sua letra se você canta na sua língua nativa.

- Algumas passagens Progressivas me chamaram a atenção. Vocês pesquisaram sobre esta estética específica, para inserirem no material de vocês?

Acho que essa veia progressiva no som acaba vindo mais de influência direta e admiração autêntica pelo trabalho de outros artistas do que de qualquer tentativa de ‘agregar valor’ ao som. Eu (JC) gosto bastante de King Crimson, Gentle Giant; o Paulo, por exemplo, já pira bastante em bandas como Voivod, Annihilator. Pra gente experimentar com arranjo e uns ritmos quebrados acaba sendo bem automático e ajuda a construir a ambientação e a narrativa de cada música.

- “Mortal Obsession” saiu tem algum tempo, então como vem sendo a aceitação dele na imprensa e junto ao público?

Veja bem, quando você é uma banda nascendo a parte mais difícil é convencer as pessoas a ouvir e dar atenção pra sua música, mas quando você consegue um feedback e ele é positivo acaba sendo muito gratificante.

“Sons of Babylon” e “Mortal Obsession” são as que mais gostei, mas imagino que não seja senso comum. Quais o público tem abraçado mais nos shows?

Olha, acho que a Mortal Obsession acabou sendo a mais abraçada mesmo; em parte por ser a música título, mas também não dá pra negar que é a mais direta e com o refrão mais memorável.

- Como se deu o processo de composição e produção deste EP?

Sendo bem sincero, a maior parte das músicas que estão no EP já existiam a bastante tempo. Acho que a Mortal Obsession eu escrevi em 2009, 2010… enfim, esse primeiro EP é basicamente um compilado da forma como nós enquanto banda exploramos o som, e as músicas foram escolhidas de forma que apresentassem pro público todo o nosso escopo musical. A produção do material foi também bem tranquila, O Niko (Teixeira, baterista e produtor) produziu com maestria o nosso material a partir das referências de sonoridade que nós levantamos juntos.

- Um novo material já está nos planos? Esperamos imensamente que sim…

Bom, música pra isso é o que não falta hahahaha. A idéia é entrar em estúdio no final desse ano pra já começar a gravação do primeiro full. Pode ser que a gente lance um single antes, pra dar uma prévia, mas te garanto que os sons seguem esse mesmo direcionamento que vocês já ouviram no primeiro EP.

- Algo ficou a ser dito? Obrigado pelo tempo ao Sub Discos Blog…

Acho que tudo que podia ser falado a foi falado. Agradecemos demais pela oportunidade. Fiquem de olho! Logo logo vem coisa nova por aí. Vlw!

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