OYE
MUJER, novo disco da LADAMA, revela ao mundo mensagens de poder na luta por
esperança e pelo alcance de uma consciência coletiva
Capa do disco por Daniel Fluxus
O disco
A banda, também, faz um apelo direto às
mulheres para que se unam por representação igualitária e se manifestem. Temas
como esse e o colapso ambiental são equilibrados por mensagens de esperança. E
nesse embalo, LADAMA convida os ouvintes a entrarem no mundo de OYE MUJER,
um passo ousado à medida que cada "DAMA" toca diferentes
instrumentos, explora novos sons e dá suporte às vozes únicas de cada uma,
revezando-se na liderança.
Mafer, Lara, Daniela e Sara, juntamente com o colaborador musical de
longa data Pat Swoboda, de Nova York, e o renomado produtor brasileiro Kassin
(Jorge Ben, Bebel Gilberto, Caetano Veloso) colaboraram na produção das 10
faixas, cantadas em espanhol, português e inglês.
Lara Klaus, Mafer
Bandola, Sara Lucas e Daniela Senra formam a LADAMA por @yaninamayphotography (foto) e @myellislife -
Stephanie Peña (direção e styling)
Faixa a faixa
OYE MUJER abre com o Mistério, com
influências dos ritmos samba reggae, reggaeton e bolero e se trata de uma ode
ao empoderamento sexual feminino. LADAMA denuncia a vergonha do corpo das
mulheres e sua sexualidade e proclama "o prazer é feminista".
Na percussiva Nobreza,
influenciada pelo ijexá afro-brasileiro e ritmos de Cabo Verde, Lara Klaus
canta em português sobre os conflitos da classe trabalhadora no Brasil. Ela
canta: "Haja fé e saúde pra ganhar pão. Haja força e coragem para o
coração". A música, composta em parceria com o músico e produtor Kiko
Klaus, traz também os músicos pernambucanos Spok, no saxofone, e Lucas dos
Prazeres, na percussão, como convidados especiais.
Underground celebra as raízes dos anos 70 e 80 em
Nova York, com influências punk, afro-latina e disco. Sara Lucas destaca a
disparidade de desigualdade entre as classes.
Em Inmigrante, Mafer Bandola
celebra com mensagem esperançosa de que os imigrantes mantenham a cabeça
erguida e sejam corajosos. "Soy Inmigrante, valiente, caminante".
Tierra Tiembla é uma ode à Mãe Terra na forma de uma
ranchera clássica. A voz de Lucas se eleva acima do sentimento de que, se a
terra treme e queima, o sangue em nossos corpos derrete enquanto as montanhas
desmoronam.
Maria é um hamado para mulheres de todo o mundo, com
versos que apresentam grandes nomes da música venezuelana, a cantora Betsayda
Machado e o grupo vocal Mesticanto, além de versos cantados por Sara Lucas e
Mafer Bandola. A faixa é uma música de protesto que chama a atenção para os
blecautes na Venezuela em 2019. Consequentemente, Machado e Mesticanto gravaram
suas partes no estúdio sob condições extremamente árduas durante os apagões com
cortes intermitentes no acesso à eletricidade e à Internet. A canção posiciona
de forma comovedora o grupo LADAMA lutando por serviços básicos a serem
prestados às pessoas mais necessitadas, com base em notícias de uma mãe andando
pelas ruas com a filha morta nos braços. Maria termina triunfantemente
com o requintado coral de vocalistas apaixonadamente cantando: "Maria
tem a sua liberdade, Maria tem a sua alma, Maria é a sua própria mátria".
Um grito de guerra liderado por guitarras distorcidas e bateria rock'n’roll que se fundem em um ritmo joropo-trap/cumbia, Mar Rojo é para a geração Latinx. Enquanto as religiões posicionam as mulheres como seres sagrados, LADAMA retrata uma imagem diferente. As mulheres, a comunidade LGBTQIA+ e outras pessoas marginalizadas devem ter intuição para se protegerem dos males do mundo. O medo deve ser extinto com os movimentos feministas, em um esforço para que os ideais das mulheres prevaleçam.
As comunidades da América do Sul estão
progressivamente adotando o feminismo e as táticas para se defenderem da
opressão. Cada Uno defende a manifestação de idéias revolucionárias para
aumentar a unidade coletiva. Defender o que você acredita é um veículo vital
para a mudança social. Daniela Serna canta: "Cada um de nós somos a
expressão do todo".
Em Haverá De Ser, Lara Klaus fala sobre a
tragédia do colapso da barragem de Brumadinho, Brasil, em 2019. Alternando
versos e refrão em português e inglês (cantado por Lucas), Klaus chama a
atenção para o fato de que, enquanto nos envolvemos nas atividades cotidianas,
o mundo ao nosso redor pode desabar. Nesse caso, um desastre de barragem
provocado que causou a morte evitável de mais de 250 pessoas. A faixa termina
com um sentimento edificante; mesmo apesar dessa tragédia horrível, ainda resta
grande esperança na humanidade.
OYE MUJER termina com Solar Wind, na qual Lucas canta em inglês, acompanhada das outras
"DAMAS" que cantam em espanhol, sobre a linha de baixo de Swoboda. A
canção progride para uma harmonia de três partes relacionando nossa conexão com
o universo. Lucas canta: "Nasci da explosão do
cometa mais brilhante do céu, resisto apenas o suficiente para direcionar os
planetas... Despertar e voar, resistir e guiar, o suficiente para andar no
espaço sideral"
Reimaginando
ritmos sul-americanos e caribenhos como ijexá, fandango, merengue dominicano,
cumbia, quitipla e samba, e misturando-os com soul, R&B e pop, LADAMA cria
uma estética sonora incrivelmente original. Juntas, as quatro artistas fundem a
tradicional bandola llanera da Venezuela, o tambor alegre da Colômbia e a
percussão do Nordeste do Brasil com sons eletrônicos, guitarra elétrica e novos
instrumentos na sonoridade do grupo como cavaquinho, ilú e o baixo sintetizador
de Swoboda, entre outros. OYE MUJER é o próximo capítulo de uma carreira já vibrante, educando jovens e
inspirando públicos em todo o mundo.
OUÇA AQUI
LINKS
*para conhecer mais:
“Tiny Desk Concert” da NPR (2019)
TED TALK (2018, LINK);
Por:
Thais Pimenta (Lisboa)
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