- O que significa o termo BALLBURYA?
Ballburya: A palavra vem originalmente da palavra balbúrdia. Foi uma ideia nossa tentar alterar e estilizar um pouco a escrita, sem mexer tanto assim na sonoridade e essência da palavra em si. Balbúrdia e, por consequência, Ballburya, são palavras que simbolizam um pouco do caos, do movimento e da inconstância, que acreditamos fazer sentido para a banda.
- O som de vocês é de difícil identificação. Como vocês se enxergam: Qual termo seria menos limitante pra classificar o estilo de vocês?
B: Nós também concordamos bastante com essa dificuldade de identificar e rotular nosso som. Acho que por conta das diferentes vivências e influências que cada membro carrega pra banda a gente acaba chegando nessa maluquice que é realmente difícil de definir. O instrumental bem pesado, a energia intensa e elementos brasileiros, bem como o contraste com a voz limpa da Cath, tudo isso acaba gerando uma grande mistura mesmo. Mas, com alguns debates internos, hoje a gente acredita que o termo Metal Alternativo Brasileiro é o que mais faria sentido, e é o que acabamos usando para nos definir, pelo menos no momento. A gente gosta de especificar o termo "Brasileiro", não só por sermos do Brasil, mas principalmente porque a influência da brasilidade e de vários gêneros da música brasileira no nosso som atualmente é tão fundamentalmente intrínseca quanto a do metal.
- “Ataxia” é um álbum magnífico, mas demorei pra entender ele. Os fãs têm falado algo similar para vocês neste sentido?
B: Primeiro, muito obrigada pelo comentário, ficamos sempre muito felizes de ouvir comentários assim. De uma maneira geral, alguns fãs realmente perguntam a respeito do significado por trás de algumas das letras, e entendo que algumas não são fáceis de se entender por serem mais metafóricas, implícitas ou algo assim, como a Beholder's Land. Mas ao mesmo tempo, acho que cada um tem seu próprio entendimento e sentimento do que é dito/tocado, e não tem nada mal nisso. Tem trechos intencionalmente dúbios, porque as coisas não são sempre uma coisa única, uma verdade inalterável, e até para os membros da banda tem músicas com significados distintos. Pode ser que uma coisa seja outra, e a gente gosta disso. Mas para nós, pelo menos, "Ataxia" conta uma história cujos capítulos (faixas) se interligam de alguma forma e que contém várias nuances, que podem não ser facilmente captadas numa primeira audição. No fim, depende da própria experiência do ouvinte o que sentir e o que entender.
- Por qual razão optaram pelo inglês, exceto “Dama da Noite”? Achei um pouco estranha esta escolha, sabendo que os brasileiros vão consumir muito este trabalho.
B: A banda nasceu durante a pandemia, e nesse período, a gente viu várias bandas de diversos países crescendo e fazendo sucesso, por conta da internet e mídias sociais. Esse ponto da língua foi bastante discutido durante a composição e criação do álbum, mas o inglês acabou sendo escolhido muito por conta de querermos alcançar mais pessoas fora do Brasil, e querendo ou não, acaba sendo a língua referência do gênero como um todo. Algumas músicas chegaram a ter uma versão da letra toda em português, mas preferimos deixá-las em inglês. Em relação ao refrão da Dama e do poema na Lich, optamos por fazê-los em português porque sentimos que combinava bem com esses trechos, na nossa opinião. Mas já respondendo um pouco uma próxima pergunta, estamos escrevendo material novo em português. Porque sentimos que é o que realmente faz sentido para nós nesse momento.
- Algumas passagens de Alternative Rock me chamaram a atenção. Vocês pesquisaram sobre este nicho, para inserirem no material de vocês?
B: Sim, acho que a maior referência comum (e talvez a única de todos os membros da banda) dentro do metal é o System of a Down, então é natural ter essa influência na nossa sonoridade.
- “Ataxia” saiu tem algum tempo, então como vem sendo a aceitação dele na imprensa e junto ao público?
B: Tem sido muito positiva no geral. A gente sabe que é um álbum meio "esquisito" com muitos elementos de fora do metal (como os elementos de música brasileira), e que o público do metal no geral é bem fechado a outros estilos. A imprensa parece gostar do nosso som, pois já participamos de algumas outras entrevistas e tivemos resenhas e análises bem positivas. Geralmente, a recepção tem sido boa, e a maior parte dos comentários são positivos e elogios. Claro, sempre tem quem alguém que não curte, mas faz parte. Nos shows ao vivo, no entanto, não teve nenhum comentário negativo, só elogios de fãs e principalmente de novos ouvintes surpresos (muitas vezes um pouco confusos também sem entender direito o que aconteceu), o que é sempre uma alegria.
- “Apathy” e “Lich” são as que mais gostei, mas imagino que não seja senso comum. Quais o público tem abraçado mais nos shows?
B: "Apathy" é uma das menos comentadas no geral em shows, mas tem seus fãs, já a "Lich" é uma das preferidas do público, tanto nas plataformas quanto nos shows. Outras favoritas são "Golden Mother" e "Beholder's Land" nossos singles. "Hodophobia" também costuma chamar atenção nos shows. E outras que são bem curtidas são as nossas músicas novas, que ainda não foram lançadas, mas já estamos tocando algumas em nossos shows ao vivo.
- Como se deu o processo de composição e produção deste álbum?
B: A composição em geral vem inicialmente de ideias iniciais de algum dos membros, uma letra, um riff, um groove de bateria que é compartilhado com a banda e aos poucos cada um vai dando ideia e a música vai se desenvolvendo. Em alguns casos uma ideia já veio mais pronta desde o início (como a letra de de Beholder's Land, que o Ruan já trouxe praticamente pronta). Mas no geral, é um esforço conjunto da banda, com vários encontros para compor, apresentar e desenvolver ideias.
Já em relação à produção, tivemos um episódio em que tímhamos começado a gravar num outro estúdio, aí um raio caiu e deletou todos os arquivos. Nesse meio tempo o estúdio fechou e caímos nas mãos do Douglas Neves, no Estúdio Fusão. Já chegamos com as músicas praticamente prontas, acabou sendo mais uma questão de gravar e acrescentar detalhes e ajustar algumas coisas. Mas no geral foi um processo tranquilo e divertido. Uma curiosidade é que a versão que iríamos gravar no primeiro estúdio era praticamente todo diferente, praticamente metade do álbum foi composto depois desse episódio e mesmo o que já tínhamos antes foi bem alterado, acreditamos que para melhor.
- Um novo álbum já está nos planos? Esperamos imensamente que sim...
B: Felizmente sim! Já estamos planejando gravar e já temos boa parte do material novo pronto, e quase tudo já está terminando de ser composto. O álbum novo representa uma nova etapa de ideias e desafio, e será inteiramente escrito em português, como estávamos conversando. Nós estamos muito empolgados com as músicas novas e quem for aos nossos shows já pode ver algumas das prévias como "Na Beira" e outras mais.
- Algo ficou a ser dito? Obrigado pelo tempo ao Sub Discos Blog...
B: Muito obrigada, Sub Discos, pelo espaço e pelo tempo para nos ouvir e conversar conosco. Estamos bem empolgados com o próximo ano e queriamos convidar todo mundo para ouvir nosso som, nos seguir nas redes sociais @ballburya e principalmente ir nos nossos shows, ver a gente ao vivo, mandem uma mensagem e fiquem ligados nas novidades! Obrigada de verdade e esperamos vocês em algum show nosso!
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