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Entrevista: Strigah

 

- O que significa a alcunha STRIGAH? O mercado atual está favorável para a sonoridade da banda?

Strigah é um termo que designa algo como “bruxa” ou uma criatura que se assemelha a isso. Agora, sobre a questão do mercado: o mercado é um entidade muito ingrata quando ele se encontra historicamente do jeito que se encontra, sobretudo no cenário da música. No mundo
em que vivemos arte é produto. E produto bom é o produto que vende.Mas essa logica está quase na contra mão da lógica da arte! Eu diria que, se a demanda do mercado for a preocupação essencial do artista, ele não pode ser artista. Então a resposta é não. O mercado não é favorável a Strigah. Mas isso não é de todo mal. Essa rejeição pode ser um indicativo para percebermos que estamos no caminho certo.

- O seu som é de difícil identificação. Como você se enxerga na cena: Qual termo seria menos limitante pra classificar o estilo de vocês?

Concordamos com você absolutamente, não sabemos muito onde se encontra a Strigah no sentido de um lugar muito determinado do metal. O mais curioso é que não somos uma banda de metal experimental, que mistura tudo aleatoriamente. Nós temos nosso modo de criar e isso possui uma identidade muito particular. Uma saída para isso é ir colocando uma série de significantes para tentar explicar a sonoridade, então a coisa costuma ficar algo como: groove metal/ djent/ metal industrial/ tribe metal/ nu metal/ metal atmosférico. Tentamos resumir tudo isso com o termo: metal moderno kkk. Talvez newcore serviria mais... Enfim... Desculpe, realmente não sabemos como isso fica.

- “Xamanismo Urbano” é um Single magnífico, mas demorei pra entender ele. Os fãs têm falado algo similar para você neste sentido?

Acho que essa sensação de se sentir um pouco perdido na música é algo que gostamos. Inclusive, isso é algo pensado por nós. Uma verdadeira experiência estética traz um pouco desse sentimento de estranhamento. As vezes as bandas mais modernas trazem essa sensação de estar perdido nos ritmos complexos. Nós não trabalhamos com polirritmias extremamente malucas, mas compensamos essa sensação de estar perdido com a própria composição. Entendemos isso como uma presença mística na própria composição, pois a experiência mística envolve essa ideia de sairmos para uma aventura, se perder um pouco para se encontrar. Nossos fãs gostam disso! Acho, Inclusive, que a alma gosta disso!

- A faixa é maravilhosa de fato, e pra mim um dos destaques na discografia da banda. Qual sua real intenção com ela? Qual sua mensagem?

"Xamanismo Urbano" é uma critica a destruição da natureza, dos animais e da cultura ancestral. É mais uma das nossas músicas com uma mensagem descolonial. Nela, se perceber, tem a voz de aulton krenak, uma de nossas lideranças indígenas, falando algumas palavras no meio da música. Citamos davi kopenawa, um xaman. Em suma a música está nesse lugar. Recentemente eu vi que “xamanismo urbano” aparece no subtitulo de uma obra de magia do caos de um ocultista chamado Phil Hine. Então inconscientemente eu devo ter incluído isso também.

- Algumas passagens de Modern Metal me chamaram a atenção. Você pesquisou sobre este nicho, para inserir no material?

Não sei se o que aconteceu foi uma “pesquisa”. Acho que fazemos o que gostamos. Eu, sinceramente, não sei precisamente o que é o Modern Metal (kkk), muita coisa entra ai neh? Então, antes de criamos a banda, tinhamos algumas bandas que para nós eram referencias. Sybreed, Gojira, Messhugah e Mr. Walker (essa última bem underground!) mas também tinhamos como referências nossas antigas bandas (NUIT, Esquizomania, Tribo perdida). Então esses foram os elementos da alquimia.

- “Xamanismo Urbano” saiu tem algum tempo, então como vem sendo a aceitação dele na imprensa e junto ao público?

Foi tratado muito bem. Como tem um refrão bastante repetitivo, a galera canta muito nos shows. É uma experiência interessante!

- “Descolonização Racional” e “Parasita” são outros dois destaques na discografia da banda, mas imagino que não seja senso comum dentro da sua fan base como um todo. Quais canções
o público tem abraçado mais?

Parasita é nossa música mais amada! Nos shows é a que a galera mais canta junto e curte. Costuma ser a última música do repertório e é também a mais ouvida no Spotify. Mas temos uma música do novo álbum que tem muita aceitação, se chama “a quebra dos vasos”, musica bem espiritual. E também “a propriedade é roubo”, mais groovada e quebrada. Se tudo der certo, saem ano que vem

- Como se deu o processo de composição e produção deste Single?

Todos os nossos sons vem de um caos criativo. Vamos fazendo, recortando, mudando riffs,reorganizando, deformando, até que a coisa fica como gostamos. É um processo cansativo, mas não é nada tenso, sempre acontece de maneira muito natural para nós. Ainda bem!

- Um novo álbum já está nos planos? Esperamos imensamente que sim...

Sim! Ano que vem chega o álbum! (Se os deuses quiserem)

- Algo ficou a ser dito? Obrigado pelo tempo ao Sub Discos Blog...

Agradecemos vocês! Obrigado e nos sigam nas redes sociais e comprem nossas merchandising! Abraço a todos!

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